Quero que o tempo diga às nuvens vazias que se quiserem fazer chuva precisam antes enfrentar os mares.
Quero que as nuvens digam para a terra seca que se de vermelha para verde e fresca
antes precisa fazer chorar
Quero que os verdes campos que a todos encantam digam aos corações que para baterem forte precisam bem mais que sorte.
Quero que os corações partidos por mais que feridos Encham-se de alegria olhem para as campinas chorem com as nuvens cinzas mas que quando a maré bater deixem o peito encher e comecem a flutuar até numa orla chegar.
Traga-me papel, caneta e pão,
Jogue tudo mais para o alto
e segure na minha mão.
Daqui de cima tudo brilha
num escuro refletido
que até se perder na trilha
já tornou-se um mito.
Vamos aproveitar essa carona
que a luz das estrelas a nós não vai esperar.
Junto a mim vamos olhar por elas
de onde nenhuma onça pode nos tocar.
Linda flor que a mim faz falta,
joga teu perfume
para que em sua trilha
eu possa voltar.
Veremos então as borboletas,
que tantos dizem serem lindas,
mas não tanto quanto você.
Seu príncipe te espera,
flor que nasceu com o dia.
Quem sabe um dia
sua estrela brilha
e com ela você me diga
que conheceu o que lhe cativa.
Se dizes que às 4 vem,
desde às 3 feliz serei.
Já das duas em ti pensarei
e que por uma me apaixonei.
Vamos fazer brilhar nossos olhos pois as mágoas do mundo já nos fazem chorar. Vamos correr pelos campos verdes pois no concreto da vida já ralamos nossos joelhos. Vamos amar esse azul e branco pois o cinza da tormenta já paira até nas alegres estações. Vamos amar quem nos ama pois quem só quer pisar já nos usa de degrau. Vamos dançar na chuva pois quem foge dela é feito de açúcar e logo desfaz sua máscara.
Vamos cantar abertamente
pois quem quer nos silenciar já o faz em silêncio.
Vamos amar a vida
pois motivo pra ela já não teríamos, senão amar.
Numa bela manhã não tão de sol, não tão nublada, ao longe na instituição de ensino onde habito todos os dias pelas manhãs, olho em direção ao céu e vejo que as árvores de alguma forma entraram em prumo. De alguma forma, o tempo estava agradável e mantinha um bom ambiente para a descoberta. A neotenia dos homens foi a loucura quando de repente surgiu no telhado uma figura pouco vista.
Era uma coruja, mesmo que pequena, de pé lá no telhado. Naquele momento, diversas pessoas vieram deslumbrar-se com aquela cena. Ela conseguia ter tantos pontos de vista quanto a sua cabeça conseguia girar. Era bonita e com olhar penetrante. Tinha poucos centímetros de altura e não saía voando, apenas observava em volta.
Quando começaram as badernas, ela apenas observou e virou a cabeça em sinal de completa repreensão. Não voou, pois tinha um trabalho a concluir. Por mais de 7 horas ela manteve-se em seu posto, olhando quem passava, ouvindo o que se dizia nas salas e curtindo o bom tempo que trouxera consigo.
Atena, deusa da sabedoria, completou seu relatório e saiu então quando ninguém mais ali estava.
...E assim vêdes, meu Irmão, que as verdades
que vos foram dadas no Grau de Neófito, e
aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto
Menor,
são, ainda que opostas, a mesma verdade.
(Do Ritual Do Grau De Mestre Do Átrio
Na Ordem Templária De Portugal)
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Para quem não conhece o mito para fazer uma bela alegoria
olhe logo, sem teimosia: http://www.recantodasletras.com.br/contos/2498777