terça-feira, 4 de setembro de 2012

Canção do novo velho bardo

Uma estória tenho a contar
de grandes pontes e castelos pequenos.
Pouco luxo, mas muita aventura.
Romances alguns,
conclusos, nenhum.

De caso em caso,
passando pelas árvores,
trago vinho ao acaso,
para brindarmos mais tarde.

Sei que de ponto a ponto,
de verso em verso,
caminho ao certo,
para um sucesso inverso.
Não aquele que o velho rei queria,
nem o que o burguês buscaria.

O sucesso do bardo vem de sua agonia.
Quer a todo momento estar em sintonia,
seja ela na rua ou na fantasia,
na lua ou na simetria.

É sim de caso em caso,
passando pelas estradas,
que trago vinho ao acaso,
para subir comigo as escadas.

Subir nas asas de uma águia é coisa para poucos,
que assim como os que são loucos,
só o são para aos poucos
descobrir que muitos são os verdadeiramente loucos
e raros são os lúcidos que acham que são loucos.
Esses sim, são os bardos.

Aqueles que soltam um som,
e a seu compasso vão
criando uma história nova, tom a tom.

Cheiram de longe a satisfação
de uma tarde de sábado em seu clarão.
O último suspiro de um Sol intenso.
Um último soneto antes de o véu obscuro
pousar além do muro.

Traz assim,
de caso em caso,
a Lua linda que por acaso
brilha, pisca, domina e inspira
os corações dos velhos ratos rapsodos.

Carregando apenas papel,
tinta, um instrumento musical
e um verso ao teu sinal,
sigo ao rio para o merecido descanso.

Canto, danço e caio a teus encantos.
Mais uma vez, feliz e aos prantos
o novo velho bardo está ali,
em todos cantos
trazendo alegrias a recantos,
cantos e descontos,
o seu eu e o meu nos encontros
que tua alma faz com cada um dos acordes
que o velho novo bardo tocará em teu coração.

Se foi tocado ao acaso,
então feliz estarei,
pois nesse seu caso,
Como o bardo serei.
E no teu mais profundo eu,
o bardo também encontrei.

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